Missões
Jesuíticas no Brasil
Em março de 1549, chegaram ao Brasil os primeiros padres jesuítas que
iniciariam o processo de catequização indígena em massa. Eles chegaram junto
com o primeiro governador-geral, Tomé de Souza, e recebiam ordens do superior
padre Manuel da
Nóbrega.
Com a catequização, os portugueses pretendiam unificar o território
brasileiro com base no Catolicismo, religião hegemônica em Portugal. Para educar
os índios, os padres instituíram em Salvador, capital brasileira na época, a
primeira escola elementar, que era comandada pelo Irmão Vicente Rodrigues e
tinha os mesmos moldes de ensino da Europa.
Para que os indígenas compreendessem o ensinamento
religioso, tinham que aprender a ler e escrever. Sabendo disso, os jesuítas
construíram, ao longo de 20 anos, pelo menos cinco escolas de instrução
elementar e três colégios: um no Rio de
Janeiro, um em Pernambuco e outro na Bahia.
Na grade escolar, os jesuítas ensinavam os cursos de Teologia e Ciências Sagradas,
tidos como cursos de nível superior para especialização de sacerdotes, além de
Letras e Filosofia, que eram cursos secundários. Caso quisessem dar
prosseguimento aos estudos, os sacerdotes teriam que estudar na Europa.
De fato, as Missões Jesuíticas no Brasil aproximaram os
portugueses da utopia de integrar os indígenas ao processo de colonização.
Ensinar-lhes os costumes e as crenças europeias seria o primeiro passo para
tornar o país uma efetiva colônia de Portugal, fazendo-os obedecer, sem
restrições, às ordens impostas pelo governador-geral Tomé de
Souza.
São
Miguel das Missões (RS)
Quando os jesuítas perceberam o interesse
dos portugueses em escravizar os índios, migraram as missões para as cidades interioranas.
Além de ensinar a doutrina católica, os jesuítas iniciaram o trabalho de
orientação agrícola para que vivessem independentes e afastados dos
colonizadores portugueses.
Os índios, que viviam como nômades percorrendo grandes distâncias em
busca do melhor lugar para ficarem, passaram a se tornar sedentários com o
cultivo da terra, já que conseguiam alimentar tribos inteiras com o trabalho
agrícola. Entretanto, graças a isso, os colonizadores descobriam e mandavam
prender e torturar grandes aldeias, na intenção de escravizá-los.
Apesar dos portugueses não aprovarem o trabalho dos jesuítas, as Missões
brasileiras duraram mais de dois séculos. Em 1759, o primeiro-ministro de
Portugal Sebastião José de Carvalho, conhecido como Marquês
de Pombal, ordenou uma expulsão em massa dos jesuítas de todas as colônias
portuguesas. Até aquele ano, os religiosos somaram 36 missões, construíram 25
residências e 17 colégios e seminários por todo o território brasileiro.
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